Ainda sinto o teu corpo ao meu corpo colado;
nos lábios, a volúpia ardente do teu beijo;
no quarto a solidão, desnuda, ainda te vejo,
a olhar-me com olhar nervoso e apaixonado...
Partiste!... Mas no peito ainda sinto a ânsia e o latejo
daquele último abraço inquieto e demorado...
- Na quentura do espaço a transpirar pecado,
Ainda baila a figura estranha do desejo...
Não posso mais viver sem ter-te nos meus braços!
- Quando longe tu estás, minha alma se alvoroça
julgando ouvir no quarto o ruído dos teus passos...
Na lembrança revejo os momentos felizes,
e chego a acreditar que a minha carne moça
na tua carne moça até criou raízes!...
( J. G. de Araujo Jorge - coletânea -
in "Poemas do Amor Ardente" 1961 )
2 comentários:
Ola Soninha: Linda poesia sempre liga ao amor o amor fazer o poeta escrever estas coisas lindas e belas de se ler.
Beijinhos
Santa Cruz
Os poemas de JG.Araujo sempre são lindos.
Lembro deles de há muito tempo atrás...beijos,lindo findi!chica
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