Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
4 comentários:
Bela escolha!Linda poesia! beijos,chica
Soninha,que coisa mais linda essa poesia!Muito comovente soneto!Bjs,
Oi minha Musa!!! *-*
Passando e deixando meu carinho, meu beijo e minha admiração!!
beijossss, fique com Deus querida.
Postar um comentário